Uma graciosa Arraia Jamanta, que comumente vemos nos meses de inverno na Laje de Santos, batendo suavemente as asas enquanto desliza na água, não tem a menor semelhança com um tubarão…, certo???
Errado… as arraias e seus primos, quimeras, cações-viola e peixes-serra, pertencem ao mesmo grupo em que estão os tubarões, o grupo dos elasmobrânquios.
São animais de esqueleto cartilaginoso, flexível como borracha, e fendas branquiaIs em lugar de opérculos, os protetores de guelras encontrados em peixes ósseos e quimeras. Todas as arraias possuem nadadeiras peitorais, em forma de asa, unidas à cabeça, e fendas branquiais na parte inferior do corpo. A maioria vive no fundo do mar, onde se alimenta de moluscos, muitas também filtram o plâncton em longas jornadas de natação.
Listaremos nesta seção, a cada mês, as mais conhecidas. Começaremos pela:
ARRAIA JAMANTA
Também conhecida popularmente como Manta, Diabo-do-Mar, Morcego-doMar (Brasil), Atantic Manta (EUA), Diavolo di mare (Itália), Mante géante (França), Mortaja voladora (Peru) e Urjamanta (Portugal), tem como descrição científica o nome Manta Birostis. Possui enormes nadadeiras peitorais (“asas”), com uma envergadura que pode chegar a 8 metros de comprimento. A maior capturada pelo homem até hoje foi encontrada em Nova Jersey (EUA) e pesava pouco mais de 3000 Kg.
Sua medidas médias são 5 metros de largura e 1000 Kg de peso. Os filhotes nascem com mais de 1 metro de largura e pesam cerca de 15 Kg. Atingem rapidamente a maturidade sexual e vivem no máximo 20 anos.
Criaturas inofensivas, as arraias canalizam o plâncton para a boca através dos grandes lobos da cabeça, “filtrando” seu alimento. Invariavelmente podem se alimentar de pequenos peixes que formam cardumes. São animais dóceis que não molestam os homens. Ao contrário, somos seu maior inimigo, “predador” e molestador, inclusive mergulhadores, que insistem em agarrar-se às suas costas para passeios, assustando e estressando o animal.
Hábitos: solitárias ou aos pares, nadam com relativa calma perto da superfície. Os jovens podem formar grupos de até seis indivíduos. Quase sempre são acompanhadas de rêmoras e bijupirás (breves em nossos informativos). No outono e primavera costumam dar saltos para fora d’água (cena que já presenciei 3 vezes em minha vida: Egito, Angra dos Reis e Laje de Santos), aparentemente como parte de seu comportamento na época de acasalamento. Em dias calmos, essas pancadas contra a água podem ser ouvidas bem longe.
È uma espécie ovovivípara e produz apenas 1 filhote de cada vez. Esta na lista da Fauna Ameaçada de Extinção do IBAMA.
Sua carne é considerada de boa qualidade, porém sem muito interesse comercial, mas pode ser encontrada em alguns mercados brasileiros. Seu fígado é utilizado na fabricação de óleo.
Foto: David Doubilet Fonte de consulta: Peixes Marinhos do Brasil de Marcelo Szpilman
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