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Tubarão não nasce em árvore

Atualizado: 28 de dez. de 2021

Por Marcelo Szpilman

Se você soubesse que as maças estão acabando, não trocaria seu consumo por outras frutas?

Pois é, existem diversas espécies de peixes e cações que estão acabando e sua sobrevivência depende de ações simples e imediatas de consumo responsável.

Precisamos entender que muitos dos antigos hábitos de consumo não cabem mais nos tempos atuais. O clima mudou. O mundo mudou. E é claro que você já percebeu.

Informe-se e procure não consumir peixes e cações ameaçados, substituindo-os por outros peixes marinhos*, por peixes de água-doce provenientes de criações sustentáveis, como salmão, truta, tambaqui e tilápia, ou por outros tipos de carne.

*Veja ao final quais as espécies de peixes marinhos que devem ser evitadas e aquelas que estão livres para o consumo.

Atualmente, cerca de 70 milhões de tubarões são capturados e mortos a cada ano em todos os mares. Isso representa uma monumental ameaça à sobrevivência dos tubarões. Nesse ritmo, algumas espécies serão extintas nos próximos anos. Deixar de vê-los como feras assassinas e ter a consciência de que eles exercem um papel crucial na manutenção da saúde e equilíbrio dos ecossistemas marinhos é um importante passo para uma mudança de atitude.

Proteger os tubarões é proteger a vida, é proteger a nós mesmos!

Espécies de peixes marinhos que devem ser evitadas e aquelas que estão livres para o consumo

Usando como referência a Lista Nacional do IBAMA e da IUCN (União Internacional para Conservação da Natureza), temos três situações: 1 – Espécies que NÃO PODEM E NÃO DEVEM SER CONSUMIDAS

Entre os peixes comercais famosos, temos: cação-anjo, raia-viola, peixe-serra, surubim, cioba, badejo-tigre e mero.

Obs: 12 espécies de tubarões/raias e 145 espécies de peixes constam no Anexo I do IBAMA como espécies ameaçadas de extinção, com alto risco de desaparecimento na natureza em um futuro próximo.

Obs: Apesar de estar no Anexo II, o mero é a única espécie brasileira protegida e proibida de ser capturada.

Obs: EVITE o famoso filé de viola, pois muitas peixarias comercializam o filé do cação-anjo como se fosse o filé da raia-viola. E ambos estão seriamente ameaçados. 2 – Espécies que DEVERIAM SER EVITADAS

Entre os peixes comerciais famosos, temos: atum, badejo, cherne, corvina, enchova, garoupa, merluza, namorado, pargo, pescadinha-foguete, sardinha-verdadeira, tainha e vermelho.

Obs: Fora as lagostas e camarões, 6 espécies de tubarões e 31 espécies de peixes constam no Anexo II do IBAMA como espécies sobrepescadas (cuja condição de captura é tão elevada que reduz o potencial de desova e as capturas no futuro) ou como espécie ameaçada de sobrepesca.

3 – Espécies LIBERADAS PARA O CONSUMO Entre os peixes comerciais famosos liberados temos: abrótea, agulha, albacora, batata, baúna, bicuda, bijupirá, bonito, caranha, carapeba, castanha, cavala, cavalinha, cocoroca, congro, congro-rosa, dourado, galo, linguado, manjuba, michole, olhete, olho-de-cão, pampo, peixe-espada, pescada, piranjica, piraúna, robalo, sororoca, tira-vira, trilha, xáreu, xerelete e xixarro.

*Marcelo Szpilman, Biólogo Marinho formado pela UFRJ, com Pós-Graduação Executiva em Meio Ambiente (MBE) pela COPPE/UFRJ, é autor dos livros GUIA AQUALUNG DE PEIXES, AQUALUNG GUIDE TO FISHES, SERES MARINHOS PERIGOSOS, PEIXES MARINHOS DO BRASIL, e TUBARÕES NO BRASIL, e de várias matérias e artigos sobre a natureza, ecologia, evolução e fauna marinha publicados nos últimos anos em diversas revistas e jornais e no Informativo do Instituto. Atualmente, Marcelo Szpilman é diretor do Instituto Ecológico Aqualung, Editor e Redator do Informativo do citado Instituto, diretor do Projeto Tubarões no Brasil (PROTUBA) e membro da Comissão Científica Nacional (COCIEN) da Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos (CBPDS).

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